segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Brasil Caboclo

Brasil do agricultor
Que mora numa palhoça,
O seu trabalho é na roça
Mas ninguém lhe dá valor.
Ele é o trabalhador
Que cuida da plantação,
Que planta milho e feijão,
Limpa mato, arranca toco,
Neste Brasil de caboco,
De mãe preta e pai João.

Brasil de festa de gado,
Maracatu e forró,
De ciranda e carimbo,
De novena e de reisado,
De pastoril e xaxado,
De carnaval e baião,
De corrida de mourão,
Mazurca e samba de coco,
Neste Brasil de caboco,
De mãe preta e pai João.

Meu sertão de cantoria
E de forró de latada,
De prado e de cavalhada,
Futebol e pescaria,
De reza e de romaria
E de rodeio de peão,
De festa de São João
Numa sala de reboco,
Neste Brasil de caboco,
De mãe preta e pai João.

O Brasil de violeiro,
De Inácio da Catingueira,
De Romano do Teixeira
E de Pinto do Monteiro,
De Zé Limeira e Granjeiro
E Manoel do Riachão,
De Patativa e Canção,
De Tonico e Tinoco,
Neste Brasil de caboco,
De mãe preta e pai João.

Sertão de Antonio Silvino,
De canário e curió,
Gato e cobra de cipó,
De bala seca e levino,
Do famoso Virgulino
Apelido Lampião,
Foi o terror do sertão,
No punhal, rifle e no soco,
Neste Brasil de caboco,
De mãe preta e pai João.

O vaqueiro sertanejo
Todo dia tange o gado,
Do curral para o cercado
Tira o leite e faz o queijo,
Gosta muito de festejo,
De festa de apartação,
De corrida de mourão
Sua vida é no sufoco,
Neste Brasil de caboco,
De mãe preta e pai João.

Lafaite Vaz

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